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Requião Filho cobra informações sobre falta de atendimento especializado a portadores de nanismo no


Ela tem 35 anos e apenas 76 cm de altura. Maísa Matos é portadora de nanismo, moradora de Londrina e filha única do casal Sandro e Maria José. Com o 2º grau completo, ela soma vários talentos. Além da inteligência, simpatia e excelente comunicação, gosta de cantar, interpretar e já fez até alguns papeis no teatro e apresentações na TV. Porém, mesmo com todos estes atributos, a baixa estatura é um dos principais desafios de sua vida.

"Sou uma pessoa normal, como todo mundo. Que terminou a escola cheia de sonhos. Mas chegou um ponto em que, mesmo com vários trabalhos aparecendo, financeiramente não era o suficiente para manter minha carreira e os meus sonhos. Eu queria apenas ser reconhecida como artista e os únicos trabalhos que apareciam era para fazer humor. A sociedade é muito cruel! Então me vi sem saída e, na época, abri mão de tudo", conta Maísa, sobre a falta de opções e de suas frustradas tentativas para uma colocação no mercado de trabalho.

A falta de oportunidades profissionais e de atenção do poder público, a fez entrar em depressão. Desempregada e sem nunca ter trabalhado com carteira assinada, seu benefício de apenas 1 salário mínimo que recebia como Auxílio de Prestação Continuada (BPC) foi cancelado pelo Governo Federal. A Secretaria Municipal de Saúde, segundo ela, se nega a prestar auxílio e ajudar no que ela mais precisa; a aquisição de uma cadeira motorizada.

"Meus pais não têm condições financeiras de comprar a cadeira e também já não posso mais depender tanto deles. Já estão próximos dos 60 anos e tem sido cada vez mais difícil para me carregarem no colo, toda vez que preciso sair de casa. Este mundo não foi preparado para pessoas da minha estatura e se torna impossível ter uma vida normal, sem a ajuda deles, ou do poder público. Eu conheço meus direitos e só queria fazer vale-los", relata.

"O problema todo está no preconceito e na maneira como a sociedade lida, ou pelo fato de não saber lidar, com pessoas diferentes. Pela minha baixa estatura, não consigo sequer andar na rua com segurança, seja para pegar um ônibus ou para vencer o tamanho dos obstáculos que, para a maioria da população, parece banal".

Cansada de ter as portas fechadas e indignada com a falta de entendimento das Assistentes Sociais que foram designadas para avaliar seu caso, Maísa relatou sua história ao Deputado Requião Filho, que ficou sensibilizado com tanto sofrimento e injustiça com a atriz. Preocupado com a situação, o parlamentar protocolou dois pedidos de informações, para o Estado e a Prefeitura de Londrina, questionando o atendimento - ou a falta de - especializado prestado à pessoas com nanismo.

"Pelo que pesquisamos, não há sequer uma Associação que lute pela garantia dos direitos das pessoas com nanismo no Estado. O caso da Maísa é apenas uma demonstração da falta de atenção que o poder público tem com a população paranaense que precisa de cuidados especiais. Vamos brigar pela Maísa e pelos direitos de todos aqueles que merecem viver com dignidade e respeito social. Estamos do lado de quem de fato precisa do apoio do Governo", declarou o deputado.

As respostas dos requerimentos devem ser recebidas em 30 dias.

 

Ao lado de um menino de 3 anos de idade, Maísa mostra como a baixa estatura pode representar uma grande dificuldade em lidar com os obstáculos do cotidiano, tidos como "normais" para uma pessoa de sua idade.

Charge feita pelo cartunista Marco Jacobsen, quando o então Governador Requião a pegou no colo em uma inauguração realizada na cidade.

"Desistir não faz parte do meu vocabulário", diz Maísa, que aguarda mais atenção e oportunidades do poder público para as pessoas portadoras de nanismo.

Participação de Maísa em Desfile de Moda Inclusiva, promovido pela UEL.

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