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Requião Filho apoia movimento popular que defende a permanência da Vila de Faxinal do Céu

Comunidade da região de Pinhão está mobilizada contra decisão da Copel que pretende fechar complexo histórico.

Construída às margens do Rio Iguaçu, no município de Pinhão na década de 70, a Usina Governador Bento Munhoz da Rocha (Foz do Areia) guarda em seu entorno muitas belezas naturais, que chamam a atenção de turistas de todo o país. Um dos motivos desse interesse é a localidade de Faxinal do Céu que, além das belas paisagens, preserva diferentes espécies da vegetação nativa da região, e propõe uma experiência rica em cultura e resgate histórico.


Mantida pela Copel, a vila residencial está localizada há 340 quilômetros da capital, mas desde a década de 1990, teve toda sua infraestrutura transformada em centro de atividades formativas, tornando-se referência no Estado. O local possui uma paisagem privilegiada, que se completa com a estrutura do Jardim Botânico, onde são realizadas diversas atividades multiculturais e de preservação da Araucária.


Porém, nos últimos anos, a Copel tem centrado seus objetivos apenas na geração e distribuição de energia, deixando a entender que pretende se desfazer de tudo o que considera supérfluo e que não gera lucro.

Há algum tempo, as atividades no local foram interrompidas, trazendo prejuízo aos moradores, sem nenhum projeto de compensação financeira. Na avaliação do Vereador Jean Delle, da cidade de Pinhão, os cortes coincidem com o momento em que a estatal se prepara para uma nova concessão da usina.


"A Copel está cortando o que chama de 'gastos' porque existem outras empresas interessadas em assumir a usina, mas estão pensando apenas no lucro, em fazer caixa para atrair novas concessionárias", relatou.


Jean relembra que quando iniciaram as obras da usina, há mais de 50 anos, os “ribeirinhos” foram tirados de suas propriedades para serem alagadas, e não tiveram um aparo 100% depois disso. Ou seja, causou um grande problema social no município.

"Agora, a pergunta que se faz é: Como fica o compromisso social da Copel com a região que ela devastou e explora tirando do local muito lucro?”

Mobilizados, os moradores buscam junto ao Governo do Estado, principal acionista da Copel, uma solução que possa reverter esta decisão. “Soubemos da desativação total da vila por canais extraoficiais”, revelou Jean, quando trouxe o problema para o Deputado Requião Filho. Ele relata que a atitude demonstra o descompromisso estatal com todas as pessoas que foram atingidas ao longo desse processo, bem como com o patrimônio e investimento público consolidados no decorrer das últimas décadas.

Requião Filho | Foto Dálie Ferlberg

Para o Deputado Requião Filho, que apoia o movimento dos moradores, o potencial de Faxinal do Céu é inestimável, e o local não pode ser tratado de forma descartável pela estatal.


“A Copel não pode extinguir um trabalho tão importante como este, segundo uma lógica de mercado voltada somente para a produção de energia elétrica. É preciso pensar em todo o entorno, no impacto que uma usina tem em toda uma região e, principalmente, na vida das pessoas”.

Alternativas humanizadas e responsáveis, na opinião do parlamentar, deveriam estar em primeiro plano, para que o destino de Faxinal do Céu faça jus a sua história, a sua estrutura e àqueles que têm no lugar seu espaço de trabalho e de vida.


Assista:


A professora doutora Liliana Porto, do Departamento de Antropologia da UFPR e chefe da unidade de Cultura e Saberes Populares do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná, o MAE, já desenvolveu vários projetos no município de Pinhão e conhece a realidade da região. Ela conta que ficou impressionada ao ler uma reportagem falando dessa desativação.


“As notícias sobre a desativação da vila de Faxinal do Céu nos fazem refletir sobre as responsabilidades do Estado e de empresas estatais tanto com as regiões em que atuam quanto com as pessoas que nelas vivem. A imposição de uma perspectiva exclusiva de mercado, sendo a única racionalidade considerada a econômica, leva ao esquecimento da história e desconsideração de grupos que foram e são afetados diretamente por processos dos quais não puderam sequer participar”.

Ela lembra que a construção da usina, há cinquenta anos, atingiu de forma decisiva o cotidiano de inúmeros moradores da região, que foram desalojados e vários espaços foram alagados.


“O impacto foi enorme e esse é um compromisso que o Estado do Paraná deveria ter com sua população. Muitas famílias foram obrigadas a se adaptar a novos contextos econômicos e hoje, não podem ver seu lar destruído novamente pela falta de interesse de quem deveria preservar a sua história”, declarou.


O Deputado Requião Filho se comprometeu com os moradores na busca de uma solução e deve encaminhar, nos próximos dias, um requerimento ao Governo do Estado pela manutenção da Vila.


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