“É um absurdo ver como chegamos a esse ponto. É o equivalente a exigir que o policial deixe o fardamento ou a sua arma no quartel”, criticou Requião Filho.
O Deputado recebeu esta semana a cópia do Memorando do 20º Batalhão, encaminhado aos policiais paranaenses exigindo o recolhimento e o revezamento de coletes balísticos, sob ameaça de apuração disciplinar no caso de descumprimento. O documento assinado pelo Major Hailton Jun Matsumoto expõe a grave situação da Segurança Pública do Paraná.
"Devido a escassez de coletes a qual se encontra a unidade, visando manter o quantitativo mínimo para trabalhar em forma de revezamento das vestes provisoriamente", diz o primeiro parágrafo. Veja o documento completo na foto acima.
Em 2016, o caso ganhou repercussão nacional, com coletes vencidos ou recauchutados sendo utilizados pela corporação. Na época, Requião Filho encaminhou um pedido de investigação mais detalhada à Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro. A resposta só veio no início de 2017 e a apuração confirmou as irregularidades e a ineficácia dos coletes balísticos utilizados pelos policiais.
Nos testes realizados, todos os coletes analisados em questão apresentaram penetração total por projéteis, para os quais, deveriam oferecer segurança balística. Na repetição dos testes, obteve-se os mesmos resultados.
A denúncia do deputado Requião Filho resultou em várias recomendações para alterar os procedimentos de fabricação dos coletes.
"Infelizmente, até agora, nada foi feito para corrigir a situação. Ninguém foi punido por colocar em risco a vida de nossos policiais. Este tipo de desrespeito a vida não pode continuar", declarou.