Hoje vamos falar sobre crise de representatividade. A pouco mais de um ano das eleições, o que vemos pelo país é uma rejeição generalizada à classe política brasileira.
O que era para ser um grande evento democrático tem tudo para se tornar uma guerra ideológica sem precedentes no país. Mas afinal, por que a população não se sente representada pelos políticos que ela mesma elege? Culpa do sistema político ou reflexos da corrupção que assola o Brasil?
A desigualdade pode estar relacionada aos baixos índices de credibilidade no sistema político, juntamente com uma onda negativa que contamina a percepção sobre a própria democracia.
Em recente pesquisa realizada pelo instituto Ipsos
94% dos eleitores não se sentem representados pelos políticos.
E apenas um em cada dez cidadãos veem o Brasil como um país onde a democracia é respeitada.
O descrédito é tamanho que a desesperança tomou conta das ruas e até mesmo das redes sociais. Pessoas que, durante anos, batalharam por seus direitos, estão aos poucos vendo todos os seus sonhos escorrendo pelas mãos. E, em meio a tudo isso, há uma parcela significativa que ainda acredita na conciliação entre os partidos para resolver os problemas mais urgentes.
O ciclo da polarização partidária realmente acabou da forma como conhecíamos, trazendo à tona novas vertentes de ideias e partidos que, nem sempre, representam um caminho decente a ser seguido. Mas em meio a essa confusão ideológica, esses emergentes podem ter uma ascensão imediata um tanto perigosa. “Na falta de outra ideia melhor, vai essa mesma”, dirão.
O caminho é tortuoso. O futuro incerto. Precisamos estar preparados para tudo, uma vez que os próprios indignados não querem se colocar à frente para salvar a pátria.
E com razão! Na atual conjuntura de listões e distritões, nem oportunidade real terão de se eleger. Ficaremos com mais dos mesmos até que uma nova onda de garantias e direitos ressurja e a democracia seja retomada.
Se há uma crise de representatividade ela deve ser combatida e vencida pela própria população, que tem no voto seu grande poder de transformação.
*Requião Filho é deputado estadual pelo PMDB do Paraná
Artigo publicado originalmente em Blog do Esmael