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O Deputado Estadual Requião Filho protocolou esta semana no Ministério Público do Paraná um pedido de providências sobre o projeto do Estado que pretende construir uma rodovia de pista simples de 20 km de extensão e um canal de drenagem, ligando praia de Leste à zona portuária e industrial de Pontal do Paraná, em frente à Ilha do Mel. Conforme a denúncia, a região de Mata Atlântica seria devastada e colocaria em risco a segunda maior atração turística paranaense; a famosa Ilha do Mel.
Entretanto, além do impacto ambiental, o impacto social também é uma grande preocupação.
"O Porto a ser instalado no local não gera tantos recursos quanto as pessoas estão esperando. Perde-se mais do que se ganha. Existem outras formas de geração de empregos e desenvolvimento daquela região, com muito menos impacto. Eles vendem o Porto como se fosse a última esperança, mas a gente sabe que não é bem assim", analisa o deputado.
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Especialistas já estão chamando o projeto de "Estrada da Destruição", pela falta de levantamentos seguros e estudos sobre o impacto ambiental que causaria em toda região. Um movimento chamado Salve a Ilha do Mel foi criado para alertar a população sobre o atropelo do projeto e seus estragos irreversíveis, lançado às pressas, sem estudos ambientais, para servir de plataforma de campanha pelo atual Governador que deixa o cargo para concorrer a uma vaga no Senado Federal.
"Uma atitude abusiva, antidemocrática e ilegal", diz logo nas primeiras linhas do site que pretende sensibilizar a população e pressionar o Governo a desistir da ideia. Os investimentos públicos na obra estão estimados em R$ 370 milhões de reais e beneficiariam apenas a um pequeno grupo de interessados em explorar a região, viabilizando assim a construção de um porto privado em Pontal do Paraná.
"Conforme o projeto, a Estrada seria feita próxima da Ilha do Mel, que é um patrimônio natural protegido por Lei. Na região existe, ainda, a Baía dos Golfinhos, uma espécie de “berçário dos botos cinzas”, animais ameaçados de extinção".
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Porém, contrariando todos os alertas, Beto Richa assinou um Decreto no último dia 26 de março tornando a área de utilidade pública, a ser transferida para o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná, o DER/PR, para começar a obra com urgência.
"Depois da estrada, seriam feitos um canal de drenagem, um gasoduto, uma ferrovia e uma linha de transmissão de energia. E o porto, portanto, não vem sozinho. O que se pretende, na verdade, é a instalação de um complexo industrial para atender à indústria do pré-sal e a instalação de uma duvidosa termelétrica na região. Sem falar na enorme possibilidade de venda do empreendimento, depois de finalizado, aos chineses. Há anos, eles lucram com o setor de logística em estados como o Paraná. Dá para imaginar o tamanho do estrago", questionam os organizadores do movimento.
"E como se não bastasse tudo isso, o impacto social será muito grande. As pessoas estão esperando novos postos de trabalho, mas a gente sabe que isso ficará nas mãos de poucos e não se viabilizará da forma simples como estão pensando. A preocupação do litoral é emprego e renda, mas essa não é a solução", criticou Requião Filho, que questiona junto ao MP a real necessidade da obra em Pontal do Paraná.