Por: Requião Filho |
O Brasil precisa de um Ministro da Educação, isso é fato! Mas as decisões em torno do nome do novo representante da Educação Pública no Brasil vão além de uma análise falha no currículo do candidato. Há uma jogada política escura por trás das manchetes de WhatsApp que poucos conseguem ler.
Desde o início da pandemia, venho denunciando as estranhas relações do Governo do Paraná com uma empresa ligada aos bolsonaristas, contratada às pressas, sem referências de mercado, sem licitação e sem qualquer comprovação de solidez para a criação de um aplicativo de ensino à distância. Descobriu-se depois que aquela empresa de fundo de quintal estava envolvida em outros enroscos e, do nada, anunciou uma benesse, de que pararia de cobrar qualquer valor do Paraná, em solidariedade ao momento vivido pela pandemia.
Oras, todos sabemos que isso foi só uma jogada de marketing! Pois desde que passou a atuar no Paraná, não demorou para que tivessem à disposição todos os dados cadastrais necessários dos alunos para formar um grande “Big data”, para ser usado de maneira a influenciar a massa politicamente. Foi simples! Já conseguiram o que queriam! Era só sair de fininho… tava tudo certo. Deixa a bomba para o Paraná.
Mas essa história foi além. Tentou-se construir então uma imagem de “bom moço” do Secretário de Educação, para o cargo majoritário do MEC. Ficou fácil cair no apreço popular, pois com as redes de influência digital formada nas mãos, era só espalhar por lá, sem qualquer comprovação, que no Paraná tivemos 90% de aproveitamento no EAD criado às pressas pelo Secretário bonzinho. Uma pesquisa excludente que não remete à realidade, com um número baixíssimo de pessoas entrevistadas, para ajudar a endossar o discurso do secretário perfeito.
Renato Feder, Secretário de Educação do Paraná, agora é a bola da vez para assumir os remos do barco perdido que está à deriva nesse mar de conflitos políticos da atualidade brasileira.
Para quem não sabe de seu histórico e está pegando o “barco andando”, lendo só as manchetes plantadas, vai achar que ele é um cara sensato, de fala mansa, simpático e um empresário de sucesso.
Mas jamais se perguntará sobre seu passado! Até que tudo comece a vir a tona… como o livro que publicou no passado, defendendo a extinção do próprio MEC e a privatização do ensino público no Brasil. Pelo menos nisso estão sendo coerentes. É o mesmo discurso do atual presidente, até aí nenhuma surpresa!
Mas não se trata de surpresa, e sim de indignação! Pois realmente é o plano deles tomando forma, com um cara especialista em negócios da China para vender nossa escola pública como uma mercadoria. Esse será o futuro da educação no Brasil!
Talvez fosse melhor nem ter Ministro, do que ter alguém remando pra trás ou tirando o barco do rumo. Mas o fato é que estamos diante de um maremoto, com um comandante preocupado com o próprio umbigo e de seus apoiadores. O resto, o todo, joga pra fora do barco que tá fazendo peso.
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