Estado do Paraná abriu mão da conclusão dos estudos para grande laboratório particular tomar frente ao desenvolvimento da Sputnik V.

Diante do anúncio realizado em 2020 pelo Governo do Paraná sobre o convênio com a Rússia para a fabricação da Vacina Sputnik V pelo Tecpar, causou surpresa no início de 2021, quando o Estado deu um passo atrás nas pesquisas e abriu mão de sua conclusão, inesperadamente. Em fevereiro, o Deputado Estadual Requião Filho questionou o Estado dessa desistência, mas não obteve resposta satisfatória.
Posteriormente, houve notícia de que o referido imunizante seria produzido pelo Laboratório União Química, do Paraná, que tem como sócio Fernando de Castro Marques, figura próxima do deputado Ricardo Barros. O político também teve o nome mencionado pelos irmãos Miranda nas investigações da CPI da Covid no Senado, envolvendo a compra superfaturada da Covaxin pelo Governo Federal.
“Chama atenção porque o protocolo da fase 3 de estudos pelo Tecpar já estava sendo finalizado para a validação da vacina pela Anvisa, quando o Governo anunciou que desistiria das pesquisas para que um grande laboratório particular pudesse produzi-la. Algo que poderia sair a preço de custo e servir de exemplo para o Brasil, possivelmente rendeu altos lucros para um grupo ligado a interesses financeiros e despreocupado em salvar a população”, alerta Requião Filho, que elaborou um novo pedido de informações protocolado hoje, 29 de junho.
O novo envio de expediente foi direcionado ao Governador, Carlos Massa Ratinho Júnior; ao Sr. Luiz Augusto Silva, Chefe da Casa Civil do Paraná; Sr. Carlos Alberto Gebrim Preto, Secretário de Saúde do Paraná e; Sr. Jorge Augusto Callado Afonso, Diretor Presidente do TECPAR.
Requião Filho afirma que o caso envolvendo a indiana Covaxin trouxe novos questionamentos sobre desvios de verbas públicas para a área da saúde no país e que as descobertas na CPI do Senado podem ajudar a esclarecer, quem sabe, os mistérios envolvendo a suspensão repentina nas pesquisas para a fabricação da vacina russa no Estado.
“O Brasil quer saber, afinal, qual a participação do Deputado Federal Ricardo Barros em toda esta negociação no Paraná, beneficiando laboratórios privados? E mais, quem procurou o Governo do Estado para quebrar a parceria com a Rússia de produção da vacina pelo TECPAR”.
No plenário da Assembleia Legislativa, Requião Filho chegou a comparar as vacinas com cerveja, numa analogia bem humorada.
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