Após 15 meses de pandemia e sem ajuda dos governos Federal e Estadual, pedir para o comércio fechar as portas é instaurar o caos, diz deputado.
O Deputado Estadual Requião Filho (MDB) subiu à tribuna nesta segunda-feira (31) para criticar a maneira como o poder público está tratando a pandemia de coronavírus no Brasil, em relação aos sucessivos “abre e fecha” do comércio nos municípios paranaenses. O parlamentar reconhece que não deve ter sido fácil para os prefeitos determinarem o fechamento das lojas e pequenas empresas, mas que vê isso como uma punição muito severa para quem está tentando sobreviver em meio à crise.
“É um castigo grande! O dono do bar, do restaurante, da lojinha, teve seu IPTU majorado. As contas de água e luz subiram este ano. Os juros nos bancos subiram. Como manter os empregos desse jeito", questiona.
Requião Filho afirma que no início da pandemia foi favorável ao fechamento de tudo, da paralisação temporária de todas as atividades, para diminuir a circulação do vírus. Porém, após 15 meses sem a ajuda econômica dos governos Federal e Estadual, segundo ele, pedir para os comércios fecharem as portas a todo momento, é instaurar o caos.
“É impossível manter um empregado por muito tempo, sem saber se sua loja estará funcionando ou não. Como conseguirão pagar salários com as portas fechadas? E o governo, enquanto isso, batendo-lhes à porta cobrando os impostos, sem dó. São contas e mais contas de água e luz que aumentam a todo momento. O acesso ao crédito não é nada mais do que uma propaganda. Esse 'acesso' aos empréstimos divulgado nos comerciais, está custando muito caro para quem realmente precisa dele".
E continuou. "Ao mesmo tempo, ninguém mexe com os financiadores de campanha”, pontuou o deputado, referindo-se aos donos do transporte coletivo, que seguem com a passagem cara, com menos ônibus em circulação e superlotados nos horários de pico.
Assista:
“É um foco de contaminação, mas ninguém, nenhum governo tem coragem de peitar o transporte coletivo. Fecha-se pequenos bares e comércios, mas o refeitório nas grandes indústrias, com mais de mil funcionários, segue sem qualquer fiscalização”.
Para o deputado, é preciso encontrar novas soluções para substituir sucessivos fechamentos do comércio, como medida restritiva de circulação de pessoas.
Em seu discurso, destacou ainda que a sociedade brasileira vive um looping, onde os mesmos erros se repetem, a cada nova onda da Covid-19, e os pequenos comerciantes, os microempreendedores pagam a conta sozinhos. Diferente do tratamento dado às grandes indústrias e às empresas do transporte coletivo que conseguem, muitas vezes, isenção de impostos, injeção de recursos e tratamento econômico distinto por parte do poder público.
“Sabemos que os grandes também geram importante arrecadação de impostos para o Estado, mas é injusto quando o pequeno empresário, os pequenos comerciantes, sintam com mais intensidade a força do aumento de água, luz e outros impostos, pagando essa conta praticamente sozinhos. Enfim, precisamos de um tratamento isonômico e apostar naquilo que realmente traz soluções mais inteligentes. O lockdown dia sim dia não, não tem dado certo! Temos que encontrar outras saídas para diminuir as aglomerações, seja em festas clandestinas ou naquelas decorrentes da miséria e da desinformação. Precisamos cuidar das pessoas, dos empregos. A luta tem que ser pela vacinação em massa, pela vida!”, concluiu.
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