Acordos, sigilos, arquivamento de denúncias e mídia bem paga para não tornar públicos os indícios de corrupção institucional
POR: REQUIÃO FILHO
O ano de 2023 ficará marcado pelo “começo do fim”. É o início do último mandato de Ratinho Jr., manchado por denúncias e escândalos de conchavos políticos, que levou o Governador a ter suas decisões questionadas, uma após a outra, mesmo blindado pela mídia. Ao lado da oposição, fizemos o contraponto a tudo que víamos como prejudicial ao nosso povo, o sucateamento do Estado, o descaso com o serviço público, e, ainda assim, seguimos firmes lutando ao lado daqueles que mais precisam da nossa constante vigilância.
E mesmo num ano conturbado, de tantos escândalos, o governador ainda decidiu aumentar o ICMS, em uma decisão que contrariou a todos, inclusive às federações de indústria, comércio e de pequenos e médios empresários do Paraná. Decidiu aumentar a alíquota desse imposto, fundamentado numa lei federal que sequer foi aprovada e, muito menos, se sabe o real impacto, puramente para terem um acréscimo pomposo no orçamento público e cobrir o rombo no caixa que estão provocando. Recordes? Só se for de má gestão!
Você, leitor, acredita ser necessário cobrar mais do povo, num Estado que diz estar de bolsos cheios, e estampar nas manchetes que cada vez mais, está com as finanças em dia? Faz sentido? Ainda mais quando o governador garante BILHÕES em isenção fiscal para grandes empresas de seus amigos? Fomos contra, brigamos, tentamos negociar, mediar, mas nada… não tem conversa com o Ratinho!
Passando pela venda da Copel e todas as suas irregularidades, garantindo mais lucro aos acionistas e mais custos para a população, até o retorno do pedágio mais caro do Brasil. Ficou claro que o governo do Paraná se preocupa mais com a bolsa de valores do que com o bolso do paranaense. Vendeu tudo, à toque de caixa, como se fosse uma feira, e quando não pode vender, aumentou as tarifas, como fez na de água - para agradar os investidores da Sanepar.
Lutamos contra tudo isso, ao mesmo tempo em que recebíamos diversas denúncias. Averiguamos cada uma e duas delas considero emblemáticas, que viraram até denúncia no Ministério Público. Uma delas envolvendo a Lottopar e a outra um caso cinematográfico de espionagem. Na primeira, descobrimos que doadores de campanha do governador estavam na secretaria que fez o edital da loteria e, posteriormente, o ganharam, sem concorrentes. Neste caso, os técnicos do Tribunal de Contas do Paraná reconheceram que a empresa que ganhasse, seria por "sorte ou direcionamento licitatório”, …de tão mal feito e direcionado o Edital. E o que o MP fez? Engavetou a denúncia.
Depois, descobrimos que o governo tinha contratado um software espião israelita, conhecido por ter feito monitoramento de adversários pelo governo Bolsonaro, para uso da própria Controladoria Geral do Estado. E mais, conforme as denúncias, ainda teriam uma sede fantasma, cujo aluguel passava de milhão de reais. Um endereço que, depois de escancarado por um corajoso veículo de imprensa, disseram nunca ter sido usado, mesmo provocando um baita prejuízo nas contas do PR.
Fora isso tudo, nossa atuação parlamentar permitiu que protocolássemos propostas de leis sobre alimentos ultraprocessados nas escolas, sobre o uso de inteligência artificial no governo, sobre acessibilidade aos deficientes visuais, proteção aos animais, apoio a cultura, entre outros projetos que ainda estão em andamento aguardando o governo deixar sua base votar, como aquele que garante transparência total dos gastos do executivo, ou aquele que proíbe empresas de doadores de campanha trabalharem para o Estado.
Fizemos audiências públicas sobre cozinhas comunitárias, mobilidade urbana, dívida pública, fizemos a defesa do pagamento da data-base dos servidores paranaenses que, hoje, já está defasada em 42%, e fomos contra o aumento da passagem de ônibus em Curitiba.
Pedimos informações ao governo sobre o novo sistema de transparência que, de transparente, não tem nada! Defendemos o enfrentamento à violência nas escolas, denunciamos o desmonte e terceirização dos serviços públicos. Alardeamos sobre o perdão da dívida das pedageiras pelo Ratinho Jr e cobramos respostas sobre o monitoramento das represas e barragens no Paraná, que está parado faz tempo.
Sugerimos implantar o protocolo de proteção às mulheres no Paraná, inspirado pelo protocolo espanhol que prendeu o jogador Daniel Alves, e defendemos servidores públicos e policiais civis em suas modificações de carreiras e unificações propostas pelo governo.
Estivemos aqui, sempre, para defender o bom combate, em nome de cada um que depositou sua confiança no nosso trabalho, e para convencer aqueles descrentes, de que o caminho que o Paraná precisa, passa pela transparência, pelo combate à corrupção. Contem conosco!
Um abraço, um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo.
Requião Filho.
Deputado Estadual do Paraná
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